2011-08-14

RPGênese - One Shot




          久しぶりだねえ、皆さん。
  Faz muito tempo realmente que eu não "coloco os pés" aqui - de fato, que ninguém da equipe o faz. Mas temos motivos específicos para isso, e, em breve, o blog vai ser reestruturado, para que a Fênix finalmente alce vôo.

  Dessa vez, eu não vim falar de matérias para o blog nem nada. Vim falar do RPGênese,
que começou na meia-nooite de hoje. Esse evento é uma espécie de corrida contra si mesmo, londe você deve escrever um RPG completo (contendo sistema de regras - autoral ou possuidor de licensa aberta) dentro de sete dias, num limite mínimo de cinco mil palavras. Ele ocorre entre Brasil e Portugal, promovendo novos autores de RPGs em língua portuguesa, com alguns patrocinadores podendo vir a recompensar os participantes.

  E claro que eu, assim que vi essa notícia, entrei de cabeça no concurso, e vim preparando o material para começar a escrever hoje - na verdade, já completei 1600 palavras antes de vir escrever isso. Até mesmo atrasar o #VoodaFênix eu vou, mas é por uma boa causa.

  E, como sou um cara muito legal, estou trazendo pra vocês o conto introdutório do jogo, pra deixar aquela clássica água na boca por mais. E, após o dia 31, trarei notícias sobre o jogo, para vocês.

 Fiquem então com

Another day to die, cowboy...




  É garoto. Tudo realmente começou naquele belo dia de sol, aqui em Miami. Sim, sei que parece estranho, mas esse deserto que você vê, um dia foi a famosíssima Miami Beach. Eu estava ali sentado, esperando as gatas para mais um dia de azaração e surf, quando eles vieram. Os clarões. Pelo que eu me lembro - pois essas coisas afetam nossa mente, cara - os clarões cegaram o mundo todo. Durante alguns dias, a Terra era tão brilhante quanto o próprio sol...
 Depois disso, o que restou da vida humana foi se estabelecendo, né, chapa? A gente sempre vai se adaptando aqui e ali, dando um jeito de viver, pelo menos um dia de cada vez. Mesmo que noventa por cento do nosso mundo agora seja um deserto árido, a gente ainda vai achar um jeito de viver. Mas, depois do clarão, é que fomos ver os problemas. Foram bombas. Bombas nucleares. Tudo agora estava contaminado. A pouca água, os poucos vegetais, os animais... Tudo contaminado. Toda a Terra era agora um poço de radiação que apenas esperava para nos engolir. Pessoas foram ficando doentes, deformadas como essa cara que aqui... E morrendo.


 No começo a gente achou que a morte era melhor para eles. Com a radiação destruindo partes do cérebro e do corpo, a morte era a melhor solução. Nós mesmos os sacrificávamos. Até descobrirmos que os infectados não tinham descanso. Eles não poderiam se livrar de seu tormento, e nunca descansariam...
 Porque a radiação também impede que você morra... Totalmente.
 Eles se levantavam, nossos pais, irmãos, amigos íntimmos, nossas filhas, nossos netos... Todos se levantaram, inclusive os que morreram no clarão. Nem mortos nem vivos, mas um estágio entre os dois, uma forma de não-vida onde, segundo os poucos médicos atuais, a única coisa em que pensam é se alimentar. De nós, porque desenvolvemos anticorpos, e todo esse papo de proteção biológica.


 Desde então, o mundo tem sido da forma como você está vendo. Nossas cidades foram reduzidas a alguns barracos feitos de lata e escombros, mas ainda conseguimos ter energia elétrica - nada que pegar aquela água mais esverdeada que corre atrás de casa, colocar num vidro, e por acima da cabeça, e tem uma lâmpada perfeita. Dinheiro, praticamente não existe como conhecíamos, mas recentemente foram achadas diversas moedas de ouro, metal que parece não ser afetado por essa radiação, e estamos usando-o.
 Você diz que pareço afirmar que a população mundial está mais unida, não é? Não poderia estar mais enganado. Pois não existe mais América, ou Europa, ou Ásia. Existe o mundo todo competindo por quem consegue mais recursos para viver, e somos segregados em cidades que fazem de tudo para nos proteger d'Eles. É, dos... Como é que chamavam nos filmes de terror mesmo? Zumbis. Ou seja, o mundo nada mais é do que um agrupamento de cidades que funcionam como mundos por si só.


 Ah, e tem as pessoas como eu. Eu sou um sem cidade, um sem pátria. Uma pária que anda de lugar em lugar com sua moto, abastecido de whiky e cigarros - mercadorias mais do que valiosas, já que as substâncias tóxicas neutralizam em parte os efeitos da radiação - e mmatando qualquer coisa que se mova e eu perceba que não está bem viva.


 Alguns chamam pessoas como eu de idiotas, suicidas, assassinos ou caçadores de glória. Mas a verdade, é como nos conhecemos e nos consideramos. Nos somos os Cowboys sem lei do mundo moderno.

E eu acho melhor você abaixar a cabeça, ou posso te acertar por engano, moleque.

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